HISTÓRICO AUTÔMATO CELULAR E MÁQUINA DE TURING
MÁQUINAS DE TURING
1. MÁQUINAS DE TURING
A Máquina de Turing consiste numa estrutura simples, sendo o modelo utilizado para dizer tudo o que é ou não computável. É a base conceitual dos computadores até os dias de hoje.A Máquina de Turing consiste em 3 partes; uma fita infinita, uma unidade de controle e uma função de transição de leitura/gravação, conforme figura 1.A fita é usada como um dispositivo de entrada, saída e memória. Ela é dividida em células que armazenam um símbolo de cada vez. A unidade de controle reflete o estado de controle da máquina. Possui uma unidade de leitura e gravação que pode deslocar-se para a esquerda (L) ou para direita (R), da fita, podendo ler e/ou gravar um único símbolo em cada movimento. A função de transição comanda as leituras e gravações, o sentido de movimento da cabeça e define o estado da máquina. (PRADO, 2009).
Figura 1 – Um modelo de Máquina de Turing
Fonte:
PRADO (2009, p. 3).
2. UM POUCO DA HISTÓRIA DO CIENTISTA QUE CRIOU A MÁQUINA DE TURING
Alan Mathison Turing nasceu em 23 de junho de 1912 em Londres, filho de um oficial britânico, Julius Mathison e Ethel Sara Turing. Seu interesse pela ciência começou cedo, logo que aprendeu a ler e escrever, distraia-se fatorando números de hinos religiosos e desenhando bicicletas anfíbias.Em 1928, Alan começou a estudar a Teoria da Relatividade, conhecendo Christopher Morcom. Em 1936, com a idade de 24 anos, Alan M. Turing consagrou-se como um dos maiores matemáticos do seu tempo quando fez antever aos seus colegas que era possível executar operações computacionais sobre a teoria dos números por meio de uma máquina que tivesse embutidas as regras de um sistema formal.Alan Turing descreveu em termos matematicamente precisos como um sistema formal automático, com regras muito simples de operação, pode ser poderoso. Um sistema formal automático é um dispositivo físico que manipula automaticamente os símbolos de um sistema formal de acordo com as regras dele. A máquina teórica de Turing era tanto um exemplo da sua teoria da computação como uma prova de que certos tipos de máquinas computacionais poderiam, de fato, serem construídas. Estes conceitos estão todos subjacentes na tecnologia atual dos computadores digitais, que foram possíveis somente uma década depois da publicação de Turing.Quando a II Guerra Mundial eclodiu, Turing foi trabalhar no Departamento de Comunicações da Gran Bretanha (Government Code and Cypher School) em Buckinghamshire, com o intuito de quebrar o código das comunicações alemãs, produzido por um tipo de computador chamado Enigma. Este código era constantemente trocado, obrigando os inimigos a tentar decodifica-lo correndo contra o relógio. Turing e seus colegas cientistas trabalharam num sistema que foi chamado de Colossus, um enorme emaranhado de servo-motores e metal, considerado um precursor dos computadores digitais.Durante a guerra, Turing foi enviado aos EUA a fim de estabelecer códigos seguros para comunicações transatlânticas entre os aliados. Supõe-se que foi em Princeton, NJ, que conheceu Von Neumann e daí ter participado no projeto do ENIAC na universidade da Pensilvânia. Terminada a guerra, Alan se juntou ao National Physical Laboratory para desenvolver um computador totalmente inglês que seria chamado de ACE (automatic computing engine). Decepcionado com a demora da construção, Turing mudou-se para Manchester e no dia 7 de junho de 1954, suicidou-se durante uma crise de depressão, comendo uma maçã envenenada com cianureto de potássio. (POZZA; PENEDO, 2002)
Figura 2 – Linha do tempo sobre
Alan Turing
Fonte: Autoria Própria, 2019.
3.
TESE DE TURING
“Qualquer
computação que pode ser executada por meios mecânicos pode se executada por uma
Máquina de Turing.” (PRADO, 2009, p. 16).
4.
MODELOS DE MÁQUINAS DE TURING:
1) Máquina de Turing com opção de parada –
essa Máquina de Turing acrescenta, na sua função de transição, a possibilidade
de não mover a cabeça da fita a cada movimento.
2) Máquina de Turing com fita semi-infinita –
uma Máquina de Turing pode ter uma fita infinita à esquerda e/ou à direita. Se
a fita é ilimitada à esquerda e à direita então temos uma Máquina de Turing
padrão. Caso haja um limite na fita à direita ou à esquerda ela é chamada de
Máquina de Turing com fita semi-infinita. Dessa forma, em uma direção da fita
os movimentos são restritos. Não se pode mover para fora da fita.
3) Máquina de Turing com múltiplas fitas - essa
Máquina de Turing possui mais que uma fita e para cada uma dessas fitas existe
uma cabeça de leitura/escrita.
4)
Máquina de Turing com múltiplas cabeças - essa Máquina de Turing possui
uma única fita e k (k>1) cabeças de leitura/gravação sobre a mesma fita. O
processamento dependerá do estado corrente e do símbolo lido em cada uma das
cabeças.
5)
Máquina de Turing com múltiplas trilhas - essa Máquina de Turing possui
uma única fita e uma cabeça de leitura/gravação, só que possui múltiplas
trilhas na fita. Isso implica em ter mais de um símbolo em cada posição de
leitura/escrita da cabeça da fita.
6)
Máquina de Turing Multidimensional - nessa Máquina de Turing a fita é
substituída por uma estrutura m-dimensional, infinita em todas as suas
direções.
7)
Máquina de Turing Não Determinístico - essa Máquina de Turing é
equivalente as Máquinas de Turing Determinísticas (uma sétupla).
8)
Máquina de Turing com fita limitada ou Autômato Limitado Linearmente – a
Máquina de Turing tem uma fita ilimitada. Para fazer a restrição de limites nas
duas direções, a fita irá possuir um número de células que conterá a entrada
mais duas células. Essas duas células a mais armazenarão os símbolos especiais:
‘[‘ e ‘]’ que simbolizam o início e o final da entrada (PRADO, 2009).
5.
APLICAÇÃO E IMPORTÂNCIA
A
Máquina teórica de Turing era tanto um exemplo da sua teoria da computação como
uma prova de que certos tipos de máquinas computacionais poderiam, de fato,
serem construídas. Estes conceitos estão todos subjacentes na tecnologia atual
dos computadores digitais, que foram possíveis somente uma década depois da
publicação de Turing (POZZA; PENEDO, 2002). Logo, foi a tese de Alan Turing que
originou os atuais computadores.
6. AUTÔMATOS
CELULARES E MÁQUINA DE TURING
Autômatos
celulares são suficientemente simples para permitir análises matemáticas
detalhadas, mas suficientemente complexos para exibir uma grande variedade de
fenômenos complicados. Autômatos celulares são idealizações matemáticas de
sistemas físicos nos quais o espaço e o tempo é discreto, e as quantidades
físicas assumem um conjunto finito de valores discretos. Um autômato celular
consiste em uma rede uniforme regular (ou "matriz"), geralmente
infinita em extensão, com uma variável discreta em cada site
("célula").
Os
autômatos celulares são a principal maneira de implementar a abordagem de
sistemas auto-organizáveis.
O
conceito foi desenvolvido inicialmente pelos matemáticos Stan Ulam e John von
Neumann na década de 1940 e foi aplicado por John Conway em 1960 no seu famoso
“Jogo da Vida” (BERLEKAMP; CONWAY; GUY, 2004).
O
autômato é completamente especificado pelos valores das variáveis em cada
site. Um autômato celular evolui em intervalos de tempo discretos, com o valor
da variável em um site sendo afetado pelos valores das variáveis nos sites em
sua "vizinhança" na etapa de tempo anterior. A vizinhança de um site
geralmente é considerada o próprio site e todos os sites imediatamente
adjacentes. As variáveis em cada site são atualizadas simultaneamente
("síncrona"), com base nos valores das variáveis em sua vizinhança
na etapa anterior e de acordo com um conjunto definido de "regras
locais".
Os
autômatos celulares têm sido amplamente utilizados no processamento de imagens
e reconhecimento visual de padrões (Deutsch, 1972; Sternberg, 1980; Rosenfeld,
1979, apud Wolfram, 1983). A geração de padrões auto-similares foi, portanto,
considerada uma característica genérica de autômatos celulares evoluindo de
simples estados iniciais. Este resultado pode fornecer algumas explicações para
a ocorrência generalizada de auto-similaridade em sistemas naturais.
Modelos
baseados em autômatos celulares fornecem uma abordagem alternativa, envolvendo
coordenadas e variáveis discretas, bem como etapas de tempo discretas. Eles
exibem comportamento complicado análogo ao encontrado com equações diferenciais
ou iteradas mapeamentos, mas em virtude de sua construção mais simples são
potencialmente passíveis de análise mais detalhada e completa.
6.1 CORRELAÇÃO
ENTRE AUTÔMATOS CELULARES E MÁQUINA DE TURING
Segundo Dilão (1993, p. 8):
Um autómato celular é uma sequência
de símbolos, distribuídos sobre os nós de uma rede a uma, duas ou mais
dimensões, e que evoluem no tempo de acordo com uma regra ou programa”; diz
ainda que “Os autômatos celulares são modelos matemáticos discretos, facilmente
implementáveis em computador e com aplicações na simulação em tempo real de
sistemas físicos, biológicos e sociais, com um grande número de componentes em
interação. (DILÃO, 1993, p. 3).
Uma vez que Máquina de Turing é a
base conceitual dos computadores, que consiste numa estrutura simples, sendo o
modelo utilizado para dizer tudo o que é ou não computável.
E um computador é uma máquina capaz
de calcular todos os processos ou funções que sejamos capazes de imaginar,
afirmação esta que se baseia na existência de um modelo teórico para a
computação, construído por A. Turing em 1936.
Assim, ao tratar de correlação entre
Máquina de Turing e Autômatos celulares, cabe dizer que modelos de autômatos
celulares têm uma descrição facilmente implementável num programa para uma
máquina de Turing.
7. APLICABILIDADE
NA EDUCAÇÃO E EM OUTRAS ÁREAS
Na educação, tanto para estudantes
de computação, como tamém para os de áreas relacionadas, o desenvolvimento de
máquinas de Turing é uma forma pedagógica para que possam ver um exemplo
prático e relativamente complexo de formas de processamento.
Inclusive, ao falar do rigor teórico
da Ciência da Informação, a máquina de Turing, é capaz de dar-lhe a devida
utilidade e o reconhecimento social, tornando-a útil em todas as áreas do
conhecimento.
Autômatos Celulares aplica-se na
educação e em áreas como:
·
Arquitetura;
· Meio ambiente (conservação);
· Ciências biológicas;
· Arquitetura;
· Na natureza – estudo da turbulência química;
· Medicina – precisão de diagnósticos, na documentação de experimentos, ferramentas matemáticas para representar o espelhamento de epidemias, controle da propagação epidêmica, modelar os impulsos em músculos cardíacos, controle da propagação de epidemias, estratégias de controle por meio da vacinação, estudar a evolução do Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) de infecção e o início da Síndrome Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no organismo de um indivíduo.
· Meio ambiente (conservação);
· Ciências biológicas;
· Arquitetura;
· Na natureza – estudo da turbulência química;
· Medicina – precisão de diagnósticos, na documentação de experimentos, ferramentas matemáticas para representar o espelhamento de epidemias, controle da propagação epidêmica, modelar os impulsos em músculos cardíacos, controle da propagação de epidemias, estratégias de controle por meio da vacinação, estudar a evolução do Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) de infecção e o início da Síndrome Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no organismo de um indivíduo.
DILÃO, Rui. Autómatos celulares, máquinas de Turing ou a
natureza como máquina de cálculo. Colóquio Ciências, Lisboa, n. 12, p. 3-20,
1993.
MELOTTI, Gledson. Aplicação de autômatos celulares em
sistemas complexos: um estudo de caso em espalhamento de epidemias. 2009. 93f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Pós-Graduação em Engenharia
Elétric, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
MORAES, André Luiz Silva de Moraes. Um estudo sobre a
aplicação de autômatos celulares na simulação de fenômenos ambientais e
aspectos dinâmicos. 2007. 43f. Trabalho Individual. Programa de Pós-Graduação
em Informática, Escola de Informática, Universidade Católica de Pelotas,
Pelotas, 2007.
PRADO, Simone. Teoria da Computação e linguagens Formais.
2009. Disponível
em:<http://wwwp.fc.unesp.br/~simonedp/zipados/TC06.pdf>Acesso em: 23 ago
2019.
POZZA, Osvaldo Antonio.; PENEDO, Sérgio. A Máquina de
Turing. 2002. Disponível em:<http://www.inf.ufsc.br/~j.barreto/trabaluno/MaqT01.pdf>Acesso
em 23 ago 2019.
WOLFRAM, S.
Statistical mechanics of cellular automata. Reviews of Modern Physics, v. 55,
n. 3, p. 601-644, 1983.
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